Maputo ao domingo

O fim de semana já terminou, hoje voltamos à "loucura do dia-a-dia" e ontem, definitivamente, tivemos um domingo Africano!
O tempo começa a ficar quentinho e a convidar para a praia, pelo que combinamos todos ir até à Costa do Sol apanhar luz e calor do Astro Rei e, claro está, trabalhar para o bronze.
Foi uma manhã simplesmente divinal!
Estava um dia lindo e cheio de luz, no ar o aroma a mar misturado com o dos frangos no churrasco.
Para fechar com a chave de ouro, a promessa de que na próxima semana vamos madrugar, passamos até à ilha da Xefina e levamos o belo do farnel, para passar o dia inteirinho de papo para o ar, como os lagartos ao sol

As coisas

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram , mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesqueciveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

Fernando Pessoa

Fim de semana cultural

Este fim de semana decidimos ser diferentes e ficamos por Maputo, afinal parecia que estavamos na "santa terrinha": chuva e frio (sim frio, porque depois de levar com 40 graus, ter de levar no real lombo, com 20 graus doi!!). Segundo constava no vasto programa cultural da cidade, ia haver uma feira do livro internacional, lá para os lados do "Jardim dos Professores". Depois de um almoço bem Moçambicano(cozido à portuguesa), lá fomos nós para a tão desejada feira internacional do livro, afinal o people gosta é de "coltura". Chegados ao dito jardim (que eu aconselho vivamente que visitem, caso venham até Maputo) deparamo-nos com algumas bancadas recheadas de livros,mas para minha desilusão não só os preços eram altissimos (acreditem que cá livros só mesmo para ricos)como grande parte dos titulos eram compostos pelos chamados livros técnicos.
No meio daquela parafernália de letras, acabei por conseguir algumas reliquias; comprei uns quantos livros com contos tradicionais moçambicanos por 100 meticais, o que equivale a mais ou menos €2,50.
Acabou por ser um fim de semana diferente,quanto mais não seja por ter descoberto que afinal o Sapo é "dus África"

Sôdades

A pedido de muitas familias e porque isto de escrever tem muito que se lhe diga, aqui vai mais uma "piquena" crónica das andanças por terras de África
Aqui neste lado do mundo tudo aquilo que nos possa parecer estranho acontece.
Queres carregar o telemóvel, procuras um Sr com a fatiota amarela e simbolo da Mcel (operadora Moçambicana), pedes 100 paus de carga, ele em troca dá-te um cartão tipo raspadinha segues os passos descritos....e voilá carregamento feito.
Ficas sem tabaco mas não tens "taco" para comprar um maço, não há problema, o quiosque da esquina vende-te um cigarro (razão tinha eu, quando dizia ao pessoal na faculdade, para cobrarem aos cravas o cigarrinho!!).
Antes de comprar qualquer coisa primeiro tens de apreciar e depois então decides se queres ou não.
Este é o país do Pre-Pago:
Tvcabo primeiro pagas depois usas
Electricidade, vais á barraquita do mercado pedes o valor que quiseres, em troca dão-te um talão com uns quantos números e quando chegares a casa é só digita-los e faz-se luz, mas garanto-vos que as "puxadinhas" são feitas e nos fins de semana parece que estás com candeeiros a petroleo, isto porque o vizinho tem de ter a aparelhagem a "bombar"
Mas isto é África e são estas coisas que dão encanto a este pais

Batatas Fritas

Será que é assim tão dificil encontrar um "pacotinho" de batatas fritas, estaladiças, douradinhas e APENAS com sal?
Pois parece que sim!
Isto há mesmo pessoas que gostam de complicar; num corredor inteiro de supermercado com batatas fritas, não existe um único pacote que seja unica e simplesmente batatas fritas com sal.
Elas há onduladas, lisas mas sempre com o tal sabor de vinagre, "barbecue", queijo, pimenta, cebola, milho...dasse!!!....
"E as simples onde ficam?" perguntei eu. Parecia que tinha feito a pergunta mais estúpida do mundo, porque afinal batata frita tem de ser com uma parafernália de sabores e cores para ser chamada de tal.
Aí que saudades da batatinha frita Pála-Pála cheia de óleo e com sabor a ranço...

Natal em África

Segundo consta no calendário e pelo que dizem, parece que hoje é Natal.
Será? Não nos parece, lá fora estão 40 graus, por mais água que se beba continuamos com sede, não se ouve a música tão caracteristica da época festiva e para o repasto vamos fazer o bela da churrascada acompanhada de muita cervejola.
Mas sim, é Natal e este ano passado em terras de África.

Aqui tudo é diferente, até o belo do Bolo Rei que não vai muito de encontro ao meu sentimento, marcha, mais não seja pelo facto de "cheirar" à terra.
Mas numa coisa são iguais,nos últimos dias ir ás compras tem sido uma missão quase impossivel; trânsito infernal e maningue gente nos supermercados, mas a tudo devemos de acrescentar um calor dos infernos e um "cheirinho" tão caracteristico de "África,mãe África".

Dia D

O dia 19 de Novembro era um dia como outro qualquer, mas para nós foi o inicio de uma nova vida.
A aventura começou logo na véspera quando pesamos as malas e nos apercebemos de que tínhamos excesso de peso em bagagem, melhor a módica quantia de 30kgs a mais…
Tínhamos várias opções: tirar aquilo que não precisávamos e com o qual conseguimos passar ou tirar algumas coisas para outra mala e enviar posteriormente.
Optamos pela segunda hipótese porque tudo é preciso e por mais que se escolha achamos sempre que nos faz falta (isto de mudar de país tem muito q se lhe diga!!!)
Depois de uma noite mal dormida, o dia do embarque chegou. O avião era só às 18h mas tínhamos de estar no aeroporto por volta das 14h30 para “despachar” o Lucky e o Patas.
Quem diria que dois cães encontrados na rua iriam ser tão “jet sete” e viajar de avião!
Com o check-in já feito na véspera, era só despachar as malas (afinal eram só 3 malitas ás quais já tínhamos tirado algum peso).
Tínhamos excesso de peso em bagagem e o valor a pagar dava para levar outra pessoa (até doeu!!!)

Bagagem despachada, chegou a parte mais difícil, e nós como bons Tugas que somos, tínhamos a família quase em peso no aeroporto (quem nos visse diria que éramos ciganos!)…Enfim!!

Lá entramos no avião, agora a preocupação era como iria correr a viagem ao piolho mais pequeno, mas para nossa surpresa parecia ele que já estava farto de andar de avião e portou-se como gente grande!
11horas depois lá chegamos a Maputo e chovia desalmadamente (foi para não estranharmos!).
Com a bagagem já no carro tínhamos de voltar mais tarde ao aeroporto, isto porque o veterinário ainda não tinha chegado. (Não esquecer que estamos em África….)
Lá nos fomos instalar, ver o nosso futuro poiso e mais tarde ir buscar os canitos.